segunda-feira, 9 de maio de 2016

Estigma


Estigma. Uma palavra forte e com uma carga emocional grande associada com ela. Existem vários exemplos de estigma na história mundial. Normalmente reservadas a uma pessoa em específico ou a um conjunto de pessoas que compartilham da mesma característica. Hoje ele é aplicada a pedofilia e aos pedófilos.



O que é estigma?

Se procurarmos pela definição da palavra, no Google por exemplo, encontramos o seguinte:

Definição de Estigma
























Marquei duas das definições em especial por serem as mais relevantes ao que estamos discutindo aqui. A primeira, de uma certa maneira irônica, é a mais apta para simbolizar o estigma da pedofilia. Eu já havia discutido anteriormente no blog, em especial Uma Centelha de Lucidez?  , Esclarecendo Alguns Pontos , A Vida de um Pedófilo e Uma Chance. Atualmente temos hoje na sociedade uma má percepção do termo pedofilia. Esta má percepção é a base para o preconceito e estigma direcionados aos pedófilos.

Qual é esta má percepção? A de que pedofilia é um crime. Não é muito difícil perceber que isto ainda acontece na nossa sociedade. Uma pesquisa rápida no Twitter nos revela o seguinte:

Desinformação sobre pedofilia



Em especial gostaria de falar sobre o tweet da Marisa Lobo. Ao acessar o link do tweet dela podemos obter mais informação sobre a formação dela:

Marisa Lobo é psicóloga clínica, escritora, pós-graduada em saúde mental, conferencista realiza palestras pelo Brasil sobre prevenção e enfrentamento ás drogas, e toda forma de bullying, transtornos psicológicos, sexualidade da familia, entre outros assuntos. Teóloga, ela é promoter e organizadora da ExpoCristo realizada no Paraná. Marisa é casada, tem dois filhos e congrega na IBB em Curitiba.

Ou seja, temos uma psicóloga formada, com pós-graduação em saúde mental, e que também realiza palestras sobre sexualidade da família escrevendo um artigo que destila a mais pura essência da intolerância. Perpetuando noções atrasadas e irreais sobre a pedofilia. Resolvi basear este artigo então para contrapor os pontos levantados por ela.

Não podemos aceitar que a psicologia do Brasil, que é cópia do modelo americano, aceite essa sandice. Vale lembrar que  estou sendo processada pelo Conselho Regional de Psicologia por defender a família e a integridade da criança, e que no meu processo está o alerta, feito ano  passado, de que por pressão era bem capaz de que a APA e/ou a psicologia aceitasse a monstruosidade da  pedofilia  como orientação sexual, pois o Canadá já se compadece do pedófilo como um ser humano que apenas tem uma orientação sexual como de qualquer ser humano. Pode ser uma orientação sexual, mas deve ser frisado que é uma orientação doentia que deve ser rejeitada a qualquer preço.
Aceita essa sandice. Ela basicamente começa o seu artigo, já que a parte anterior do mesmo é simplesmente uma citação sobre a decisão da American Psychiatric Association (Associação de Psiquiatria Americana) em não classificar a pedofilia como doença, desmerecendo sem argumentos a opinião de uma organização séria e reconhecida mundialmente.

Ela admite então estar sendo processada pelo CRP por segundo ela 'defender a família e a integridade da criança'. Ao pesquisar sobre o assunto encontrei esta referência sobre a defesa (e talvez possível realização) da 'cura gay'.  Neste outro artigo é tratado que a razão do processo de cassação do CRP dela é devido a ela se proclamar como 'psicóloga cristã'. Por fim apesar de seu registro ter sido cassado a nível estadual ela ganhou o processo a nível federal. Caso realmente a causa do processo tenha sido devido a 'terapia de conversão' ou a tão chamada 'cura gay' sinto que isto já denota algo sobre essa pessoa. Terapias de conversão não são reconhecidos mundialmente e sua eficácia nunca foi comprovada. Me parece que essa questão da 'cura gay' tenha sido o real motivador do processo contra a professional. Caso tenha sido pela sua identificação religiosa, argumento usado por sua defesa a nível federal, então não concordo com o processo em si. Uma pessoa tem o direito de expressão sua religião.

No entanto, ressalto que na linha de trabalho dela a sua religião não deve entrar como um fator na hora de realizar tratamentos dos seus pacientes. Minha terapeuta possui uma religião da qual não faço parte e no entanto não deixamos que isto atrapalhe sob nenhum aspecto o trabalho terapêutico.

Continuando sobre o seu artigo, ela em seguida menciona como 'por pressão' a APA seria levada a aceitar a 'monstruosidade da pedofilia como orientação sexual'. Me parece típico de trolls da internet se utilizar de palavras de efeito com conotação negativa para persuadir os seus leitores. Pedofilia, ou a atração sexual por crianças, não é uma monstruosidade. Simplesmente significa que, assim como heterossexuais e homossexuais, um pedófilo sente atração sexual por alguém, que no caso é uma criança. O que deve ser visualizado como errado e crime é o abuso sexual infantil. Mas pedofilia não é um sinônimo de abuso sexual infantil.

Agora, esta frase me deixa um tanto perplexo. 'O Canadá já se compadece do pedófilo como um ser humano'. Vamos analisar. Uma pessoa pode ser um pedófilo. Todo pedófilo é uma pessoa. Logo, me parece óbvio que eventualmente as pessoas irão compreender que pedófilos não escolheram a suas atrações sexuais. Que isto é algo que nasce com eles tal qual com uma pessoa heterossexual ou homossexual. Me parece claro então que um pedófilo é uma pessoa e que deve ser tratada como uma pessoa, independentemente da sua orientação sexual/desordem sexual.

Em seguida ela admite a possibilidade que a pedofilia seja uma orientação sexual mas pede que ela seja rejeitada como algo doentio. Agora temos um ponto interessante. Sim, as pessoas tem direito a sua opinião e tem o direito de achar que o homossexualismo ou a pedofilia sejam algo errados sob o seu ponto de vista. Aceito e respeito isso. Entretanto o que não aceito é a instigação do preconceito contra estas orientações sexuais baseadas somente na sua visão pessoal. Ninguém merece sofrer preconceito com base em algo que é inato. Seria a mesma coisa que ter preconceito devido a características físicas da pessoa como cor da pela, altura, peso e etc.

Está  claro que a APA perdeu seu respaldo como ciência e se tornou uma militante  doentia sexual. Somente isso  pode explicar uma associação que influencia o mundo cometer essa atrocidade de  tornar a pedofilia uma orientação sexual, logo “natural”, logo ”normal”. E  vão induzir a sociedade  mundial, que está perdida neste  relativismo sexual; vão afirmar que toda forma de sexualidade tem direito de ser manifestada, vivida e, portanto, aceita. Farão do abuso de um inocente um ato de expressão de desejo, e não um ato nojento e doentio de um adulto.
 A APA perdeu seu respaldo por qual motivo que lhe é claro? A APA é uma instituição séria que leva anos para lançar as revisões do seu manual DSM. Estas revisões são feitas com base em pesquisa e discussão sobre essa pesquisa onde participam diversos psiquiatras certificados. Logo, não é uma instituição que simplesmente escreve o que lhe convém. Ao fazer acusações a esmo, sem fundamento científico, quem perde o respaldo é o acusador.

A Marisa então comenta sobre a 'atrocidade de tornar a pedofilia uma orientação sexual, logo "natural", logo "normal"'. Neste ponto temos que fazer algumas distinções. Conforme já mencionado no parágrafo anterior a APA é uma instituição séria que faz um trabalho sério. Suas publicações são revisadas e feitas com cuidado. Não existe atrocidade ao se tomar decisões fundamentadas em fatos e dados. A atrocidade se encontra em desconsiderar tais fatos e dados com base em uma desejo próprio.

Sobre a pedofilia se tornar uma orientação sexual e por consequência normal temos que analisar o que a palavra natural significa:



Logo natural é aquilo que pertence, ou se refere, à natureza. Entendo isto como sendo algo encontrado na natureza e não algo fabricado por alguém. Logo, uma orientação sexual é algo natural? Sim, é. Se considerarmos que isto é uma característica da pessoa a qual nasce com tal características então sim, é natural. Atualmente os estudos afirmam existir entre 1% a 3% de pessoas que possuem a condição de pedofilia. Isto significaria de 70.000 a 210.000 pessoas pedófilas no mundo. Me parece que a mera existência de um pedófilo no mundo significa que a natureza o criou, logo a sua condição de pedofilia é algo natural.

Mas a palavra natural se encontra entre aspas assim "natural". Entendo que, em produção de textos, tal subterfúgio significa que a autora está sendo irônica com o uso da palavra e não simplesmente fazendo uma citação (já que não há texto sendo citado). Me parece novamente uma tentativa de subverter inconscientemente a opinião da pessoa que está a ler o artigo. Querendo dizer que pedofilia não é algo natural. Se não é algo natural seria uma escolha? Entendo que existem pessoas que acreditem nesta teoria. Que pedófilos sentem atração por crianças por que querem. Entretanto lhes asseguro que nenhuma pessoa escolheria, de livre e espontânea vontade, se sentir atraídos por alguém que não tem a capacidade psicológica e emocional de corresponder tais sentimentos.

Em seguida ela utiliza a palavra normal. Também entre aspas. Novamente, quais são as implicações disso? Caso seja de que se é algo normal então pode ser agido me parece que temos um problema. Não acredito que ninguém (irei comentar mais sobre isso mais a frente. Afinal, existem grupos de pessoas que acreditam que as relações sexuais entre adultos e crianças deveria ser permitido. Digo de antemão que não compartilho desta opinião) ache que uma criança está pronto seja biologicamente ou psicologicamente ou emocionalmente para consentir e realizar sexo.

Logo, não acredito que uma organização séria como a APA queira instituir esta noção. Por normal entendo que o texto da autora deveria estar dizendo que é algo inerente da pessoa e que não existe maneira de alterar isso (a não ser que você considere a opinião da autora sobre terapias de conversão). Novamente o uso de aspas me leva a considerar que a autora está sendo irônica e que a mesma está tentando inconscientemente subverter a opinião do seu leitor.

A autora procede em atacar a idoneidade da APA, sem provas e somente argumentos inflamatórios sem base, ao dizer que ela pretende se fazer uso do 'relativismo sexual' mundial (ou seja, que o mundo está depravado ao não se conformar com as visões sobre sexualidade dela) e que irá propor uma agenda para legalizar o abuso sexual infantil.

Vejamos, uma psicóloga formada e que deveria conhecer melhor que qualquer um os processas de funcionamento da APA a esta acusando de se tornar uma 'militante doentia sexual' e que tem como missão base tornar o sexo com crianças em algo legal. Reflitam sobre este significado. Temos alguém que basicamente sem argumentos e evidências está acusando uma organização, da qual ela utilizava os materiais produzidos até então, de algo que não faz sentido nenhum simplesmente porque isto não se conforma com a sua visão. Basicamente, a autora Marisa está somente propagando e enraizando mais ainda o ódio e preconceito contra a pedofilia. 

Precisamos denunciar esta insanidade. Só me resta uma expressão: Meu Deus, a que ponto chegou a humanidade?

Realmente, precisamos mas a insanidade a ser denunciada é a sua. Me sinto triste que sua cassação não tenha sido efetivada a nível federal. Pelos artigos que pude encontrar inclusive existem indícios do que parece que certos 'padrinhos' políticos lhe ajudaram federalmente. Logo me parece que talvez você tenha, ou não já que não posso provar, se utilizado do mesmo recurso pelo qual você acusa a APA em seu artigo.

No Canadá já tratam a pedofilia como orientação sexual há muito tempo, inclusive lutam pelos direitos dos pedófilos. No mundo todo, mais de 12 países já discutem a aceitação social da pedofilia. E nós? Vamos dar direitos  a um adulto de ter relações sexuais com uma criança, e achar isso uma expressão natural da sexualidade?
Não, não tratam no Canadá a pedofilia como orientação sexual. Existem no entanto cientistas realizando estudos lá sobre a pedofilia com um enfoque científico. Pessoas como o Dr. James Cantor e o Dr. Michael Seto.  Se você realmente acha que o Canadá aceita a pedofilia basta você ver estes documentários "I, Pedophile" e "The Pedophile Next Door". Estes valem para tanto os EUA quanto o Canadá, sendo que o "I, Pedophile" é uma produção do Canadá.

A luta pelos direitos que você se refere no entanto é a mesma que existe em todos os lugares. A aceitação de que a pedofilia é algo da pessoa e que não pode ser alterado. Que isto não é uma escolha. Que os pedófilos também são pessoas que vivem vidas horríveis por terem que esconder quem são. Que dada a chance muitos iriam em busca de uma ajuda psicológica para tratar os problemas de depressão, ansiedade, rejeição, paranoia, tendências suicidas e muitos outros.  Muitos inclusive para pedir ajuda para conseguir se entenderem e aceitarem o que são. De maneira que ao ajudar estas pessoas a terem uma estabilidade e saúde mental decente eles automaticamente deixarão de ser um perigo para crianças. Pessoas bem ajustadas mentalmente tendem a não praticar crimes.

Me interessa saber mais sobre esta estatística de que 12 países já discutem a aceitação social da pedofilia. Pelo meu conhecimento somente a Alemanha possui um programa de ajuda para pedófilos que é aberto e que busca fazer as pessoas entenderam todos os pontos do parágrafo acima. Me parece que tal estatística não é válida ou se encontra deveras infladas.

Sobre a sua pergunta de 'e nós? Vamos dar direitos a um adulto de ter relação sexuais com uma criança, e achar isso uma expressão natural da sexualidade?' eu digo não. Não acho que isso deve ser feito, não acredito que a grande maioria das pessoas, sejam elas pedófilas ou não, querem isso ou pensam que isso é correto.

Confesso: Tenho uma dificuldade enorme de entender o pulo lógico de aceitar a pedofilia como uma condição natural e imutável de certos pessoas para que isto significa que sexo com crianças se tornará legalizado. Lembram que eu havia comentado que eu iria falar sobre as pessoas que acham que sexo com crianças é correto? Aqui vai então.

Ao conversar com pedófilos uma das primeiras coisas que é estabelecida é se você é pró-contato ou anti-contato. Basicamente, o primeiro grupo acredita que as relações sexuais envolvendo crianças e adultos não causa dano às crianças. Que crianças são seres sexuais com direitos sexuais a participar em sexo com quem eles quiserem, inclusive adultos. Que é possível existe amor, no sentido sexual como o existente entre adultos, entre uma criança e um adulto. Que as crianças, independentemente da sua idade, tem capacidade de consentir para o ato sexual. Estas pessoas sim suportam uma agenda política de que a legalização do abuso sexual infantil deveria acontecer.

O segundo grupo, o dos anti-contato, entretanto acreditam na filosofia oposta. Inclusive é a mesma filosofia que qualquer pessoa não pedófila acredito. De que o ato sexual envolvendo uma criança e um adulto é errado. De que crianças não tem o preparo biológico, mental e emocional para consentir o ato sexual. De que o ato sexual envolvendo uma criança gera um trauma psicológico para a mesma que dura a sua vida inteira. De que moralmente não existe uma justificativa válida para tal ato e que ele deve ser um crime.

Logo estas pessoas anti-contato, um grupo da qual faço parte, não iria sob hipótese alguma, seja a pedofilia sendo aceita pela sociedade ou não, fazer militância de que crianças deveriam ser capazes de realizar sexo com adultos se elas quiserem. A impossibilidade do consentimento pela criança configura que tais atos sexuais são um crime e que as pessoas que abusam sexualmente de uma criança devem pagar por tais crimes. Claro, existe também a noção de que tais pessoas que abusam de crianças deveriam ter um tratamento oferecido para eles de maneira que não venham a cometer tais crimes novamente.

Com isso psicóloga Marisa Lobo, eu gostaria de deixar claro que existem sim pedófilos que gostariam de ter relações sexuais com crianças e que isto é "normal" (estou utilizando o seu mesmo subterfúgio). Entretanto também existem pedófilos que não tem interesse nenhum em fazer isso (sexo com crianças). Que tem conhecimento perfeito da ilegalidade e imoralidade de tal ato e justamente devido a ser algo imoral não o fariam. Pedofilia não afeta a moralidade da pessoa. A pessoa simplesmente é ou não é moral, sua orientação sexual não tem impacto sobre isso mas a moralidade tem impacto sobre as atrações sexuais.

Nossas crianças, nossos filhos,  estão completamente desprotegidas. Teremos que ser “tolerantes” com essa “orientação”? Onde termina o  loucura?
Se tais crianças estão completamente desprotegidas então precisamos analisar a razão. Você quer implicar que é devido a aceitação da pedofilia. Mas atualmente, e no passado, ela não era aceita e as crianças ainda são eram e são abusadas, infelizmente. Não aceitar a pedofilia e não ter a capacidade de ter um diálogo aberto e racional sobre isso perpetua essa insegurança das crianças. Escrevi sobre isso aqui.

E em relação a 'Onde termina a loucura?' eu digo que ela termina quando o diálogo aberto, honesto e racional for instituído sobre o assunto. A contínua propagação e eternização do estigma e preconceito somente faz com que as pessoas que são pedófilas se sintam mais excluídas, deprimidas, ansiosas, paranoicas. Elas irão se esconder mais ainda já que o clima da sociedade é de intolerância perante a eles. Você como alguém que tem uma pós-graduação em saúde mental há de concordar que alguém viver assim não é saudável? Que alguém que se isola e reprime seus sentimentos e atrações está somente criando um futuro onde isto irá estourar. E neste dia uma criança pode ser abusada. Esta criança que é abusada devido a isto não tem ninguém a não ser você a culpar pelo o que aconteceu com ela.

Quando a pedofilia  é declarada como apenas uma desordem de “orientação” ao invés de um crime ou de um comportamento desviante, a legalização pode  não estar muito longe. Vários países da Europa já estão tentando legalizá-la, nas Américas não será diferente.
Minha boa autora, já lhe disse, pedofilia não é crime. Como uma atração sexual pode ser um crime? Veja, vamos considerar um homem, adulto, heterossexual que sente atração por uma determinada mulher, também adulta. Ao sentir atração sexual por essa mulher ele cometeu um crime? Ele a estuprou por achar, em sua cabeça, atraente? Acredito que não. Caso contrário teremos centenas de crimes de estupro sendo lavrados no Brasil, e no mundo, todos os dias.

Neste caso, o mesmo não vale para um pedófilo? Se ele, ou ela, sentem atrações sexuais por uma determinada criança essa pessoa cometeu um crime? Essa pessoa estuprou a criança por achar, em sua cabeça, que tal criança é atraente? Se a resposta para a pergunta sobre o homem heterossexual é não, logo esta mesma resposta se aplica aqui.

Normalmente neste ponto, quando uso este argumento, me respondem 'Isto é diferente. Uma mulher adulto pode consentir, uma criança não'. O qual devo dizer está correto mas que tal argumento não é válido nesta discussão. Um homem, ou uma mulher, adulto não pede permissão para a pessoa pela qual se sente atraído para sentir tais atrações. Correto? Eu nunca vi, pelo menos, uma pessoa chegar para a outra e perguntar 'Oi, desculpa. Eu quero achar você atraente, posso?'. Uma atração é algo natural que acontece internamente na cabeça de uma pessoa. Me parece claro que ninguém machuca ninguém simplesmente por ter um pensamento dentro da sua cabeça.

Agora, caso esse pensamento deixa a sua cabeça para se tornar uma ação aí sim o argumento do consentimento faz todo sentido. Se um homem adulto flerta, namora e então tem atividades sexuais com uma mulher adulta, desde que de maneira consentida, então tudo está ok. Agora, se a mulher não der consentimento então é um caso de estupro. Correto? Agora, o mesmo cenário com uma criança é mais simples em sua lógica. Qualquer adulto que venha a abordar uma criança com o intuito de ter sexo com ela está sendo moralmente corrupto. Ao realizar esse ato, seja com violência ou não, ele cometeu um crime de estupro de vulnerável, artigo 217-A do Código Penal Brasileiro, com pena de 8 a 15 anos. Esta pessoa sim precisa pagar pelos seus crimes e revisar seu código de moral.

Pensamentos não são crimes. Alguém pensar algo dentro de sua própria cabeça não é um crime. Quando este pensamento se transforma em uma ação então sim temos um crime, caso tal ação seja reconhecida como um crime. Seja roubar, matar ou estuprar (tanto crianças quanto adultos).

A falácia que a aceitação de pessoas com pedofilia, e a quebra do preconceito contra elas, irá se seguir por uma depravação sexual das crianças é um argumento burro, sem fundamentos, carregado de más intenções e que não tem nenhum propósito lógico. São argumentos tais quais os dos nazistas sobre os judeus para forçar o povo alemão durante a Segunda Guerra Mundial a promover uma guerra de ódio e preconceito contra outros seres humanos.

Crise paradigmática

A sanidade nunca voltará a essa cultura, até que a verdade seja recuperada. Pedofilia  já não é, nem nunca foi, aceitável para pessoas verdadeiramente humanas. Sexo e desejo sexual com crianças é crime, é doentio. Qualquer um que sente esse desejo deve saber que é errado, é grave, é hediondo; e deve buscar ajuda  para que possa combatê-lo e buscar a mudança. Mas como será possível se a psicologia proíbe induzir convicções de orientação sexual? Como a psicologia brasileira vai agir se segue à risca as loucuras da APA?
Olha, concordo com você finalmente! A sanidade somente voltará a essa cultura quando recuperarmos a verdade. Claro que iremos discordar veementemente sobre qual é a verdade. Eu escolho a verdade dos fatos científicos, fundamentados em pesquisas e analisados e revisados por cientistas.

A sua fala de que pedofilia não é aceitável por pessoas verdadeiramente humanas é crassa. Quem decide que alguém é verdadeiramente humano? Você? Me desculpe, mas fazer argumentos a esmo sem um pingo de responsabilidade é deplorável.

Sexo com crianças é crime, concordo. Desejo sexual por crimes no entanto não é. A definição já diz, é um DESEJO. Desejo significa :

 

Logo, desejo é querer algo e não significa ter algo. Todos nós como animais queremos alguma coisa. Não é simplesmente porque queremos algo que vamos lá e tomamos isso para nós. A habilidade humana de controlar seus desejos e impulsos é uma das coisas que nos separam dos animais. Dizer que pessoas que possuem desejo sexual por crianças não são pessoas, e sim animais, que irão perversamente realizar estes desejos é um desserviço enorme por alguém que deveria justamente ajudar as pessoas.

Além disto, esta pessoa não tem que ter a noção de que tais desejos sexuais são errados. Ela tem que saber que agir sobre tais desejos sexuais é errados. Ter um desejo, novamente, não é crime. Caso contrário teremos que instituir novos artigos no Código Penal para pessoas que 'desejam matar' ou 'desejam roubar'. Enquanto tais pessoas não agirem elas não cometeram nenhum crime. A mera existência de um desejo não é evidência irrefutável de que tal desejo irá se tornar em uma ação. Como uma psicóloga, que estuda a mente humana, deveria ser algo básico do seu conhecimento profissional.

Agora, sobre buscar ajuda. Acredito que sim muitas pessoas que possuem pedofilia necessitam de ajuda. Para gerenciar os problemas de depressão entre outros que eu já mencionei anteriormente. Outras destas pessoas também precisam de ajuda para aprender a controlar melhor seus impulsos, de maneira que elas não venham a agir sobre os seus desejos sexuais. Existem também a possibilidade que certos pedófilos não consigam se controlar com a terapia somente e que eles precisem de tratamento químicos para diminuir o seu impulso sexual. Todas estas opções são válidas e deveriam, caso a sociedade aceitasse a pedofilia, ser oferecida para tais pessoas sem o preconceito existente atualmente.

Entretanto, a ideia de que deva ser 'induzir convicções sexuais' é tacanha, crassa, atrasada, ignorante e estúpida. Não existem evidências nenhumas de quais "tratamentos" surtam efeitos. Até onde se sabe, por pesquisas globais com cientistas e dados de verdade, e não com pretensos conhecedores, tais métodos não funcionam simplesmente ou não tem uma eficácia comprovada. Não somente isso é considerado um desrespeito e violência para com o paciente realizar tais procedimentos.

Marisa, se você montar um grupo de pesquisa que consiga provar, e ser validado por cientistas independentes, de que tais métodos funcionem então eu posso rever minha opinião e até me interessar por essa opção. Agora enquanto isso não for feito, me desculpe, mas sinto empatia para com as pessoas que acreditem em teu discurso e que vão procurar tais "tratamentos".

Estamos em um empasse agora… Se considerarmos a pedofilia como uma  orientação sexual, teremos que dar os mesmo direitos que os homossexuais e que os heterossexuais tem? E agora? Vamos poder tratar um pedófilo para mudar sua condição? Se não podemos fazer isso com homossexual, como poderemos fazer essa mudança com o pedófilo?
Não, não estamos em um impasse. Eu já escrevi o suficiente sobre essa pergunta infeliz que você insiste em reiterar. Aliás, diga-se de passagem, esta técnica de repetir o mesmo ponto, de novo e de novo, sem fundamentos é conhecido da retórica. Simplesmente se deseja que o leitor leia isso e siga esse pensamento se que nenhuma reflexão seja feita pelo assunto.

E não, não irão poder tratar um pedófilo para mudar sua condição.  De novo, leia o texto acima. Se até agora não for claro, não vai ser eu que irei lhe convencer. Me conformo com isso. Aliás, esse comentário insidioso "Se não podemos fazer isso com um homossexual" é deplorável.

Quando uma crueldade humana  é respaldada pela ciência da saúde mental, que aceita como “normal” e “natural”  sentir desejo por crianças,  juridicamente um pedófilo pode ser inocentado de um crime de estupro de criança, pois o caminho dessa loucura é torna-la legal. Meu Deus!!! Como não sentir indignação, como ficar calada, como não brigar?
Não, o caminho dessa ideia, que não é uma loucura diga-se de passagem, não é tornar legal algo que é crime. Novamente, reiterar pontos sem argumentos que o fundamentem é mera lavagem cerebral.  Apresente argumentos que suportem a tua teoria, caso contrário para de a propagar como se fosse uma verdade.

Estou assustada, pois sei onde irá dar isso. Se é orientação sexual, segundo a APA, as associações que lutam pelos direitos dos pedófilos serão defendidas pela ONU. Conforme informou o site Neon Tommy, auspiciado pela Escola de Comunicações de Annenberg, da University of Southern Califórnia, a decisão da Associação Americana de Psiquiatria deu espaço para que numerosos grupos de defesa da pedofilia ampliem “o alcance de suas organizações”.
Você acredita que acha que sabe onde isto irá se dar. Você não tem como ter certeza de nada sobre isso. Você realmente quer me dizer que a APA, lá dos EUA, está influenciando os órgãos locais de regulamentação da psicologia para influenciar a população que irá influenciar o legislativo que irá criar leis que regulamente o abuso sexual infantil? Patético.

Agora sobre a alegação do site Neon Tommy (que alias seria interessante que você referenciasse com um link) eu acredito que sim, isto provavelmente irá acontecer, infelizmente. Existem grupos como a NAMBLA que tem esta agenda política, conforme já mencionado anteriormente sobre os pró-contato. Entretanto, mesmo a NAMBLA que foi a maior organização nesse sentido está definhando a anos. Eles inclusive já foram alvo de várias investigações do FBI e vários membros foram presos por terem cometido abuso sexual infantil ou ter pornografia infantil. A ideia de que tais grupos tem força política o suficiente para realizar qualquer ação é ingênua.

Pois é assim que os direitos humanos funcionam. Eles se dirão uma minoria, e vão fazer pressão política para a sociedade aceitar. Uma fala aqui e uma ali’, uma brincadeira em um programa de TV, e aos poucos vão fazendo a sociedade, de forma subliminar  e depois de forma sentimental, aceitar que homens  e mulheres adultos possam fazer sexo e consumir pornografia com crianças.
Sim, e por uma boa razão que os direitos humanos funcionam assim. Novamente, me assusta que uma pessoa com pós-graduação em saúde mental se oponha ao conceito básico de direitos humanos. Agora, a tua noção de que tal operação sutil para lavagem cerebral seja realizado por grupos pedófilos é novamente ingênua. Este tipo de operação exige a necessidade de financiamento em uma escala muito superior que grupos online um dia irão conseguir. Esse tipo de dinheiro pode muito mais facilmente ser encontrado em Igrejas. 

De acordo com Psychcentral.com, os “critérios de transtorno de pedofilia permanecerão inalteradas a partir do DSM-IV, mas o nome da doença será revisto de pedofilia à desordem pedofílica”. Ou seja, desordem e não mais parafilia ou doença.
Sim, desordem e não mais parafilia. Se você acompanha o APA saberá que o sub-comitê de Parafilias inclusive já considera, ou considerou, eliminar a definição de parafilia. Mas mesmo que ainda fosse considerada uma parafilia, o que isto significaria?

Se a pedofilia for considerada uma doença mental então temos que não é conhecido hoje, no mundo, uma maneira de curá-la. Tanto psiquiatrias quanto terapeutas se focam em ajudar a pessoa a aceitar a sua condição e aprender a gerenciar seus impulsos assim como tratando as outras doenças mentais que um pedófilo apresenta devido ao estigma (depressão, ansiedade, paranoia, tendências suicidas). Repito, não existe hoje nada que indique que a pedofilia possa ser curada, caso ela seja encarada como uma doença mental.

Mesmo que a pedofilia seja considerada uma doença mental continuamos com o problema do estigma. Continuamos tendo posturas ofensivas por parte da sociedade para com pessoas que teriam uma doença mental. Algo quase como o bullying a nível de sociedade. Isto é algo de qual a sociedade deveria ter orgulho? Se for, acho que temos um problema maior com a sociedade que eu imaginava. 

Tenho denunciado isto em palestra em todos Brasil, mas muitos não se importam e ficam fechados nos problemas internos de suas  igrejas. Passou da hora de líderes religiosos pararem um pouco, buscarem conhecimento sobre estas questões e falarem sobre o assunto. Não temos mais tempo, essa foi a pior das ações e a  mais maligna;  jamais poderíamos supor que a ciência cedesse ao crime contra um inocente uma criança, pois falar em “orientação” abre brechas para legalização, atenuando crimes contra inocentes. Para mim, enquanto psicóloga, trato a pedofilia como transtorno, doença e crime. E uma pessoa que sente esse desejo doentio, deve buscar ajuda e  se empenhar exaustivamente para mudá-lo, pois, se transformado em ato, deve ser gravemente punido.
Sim, líderes religiosos que tem ao seu alcance um mar de pessoas que podem ser influenciadas por suas palavras poderiam realmente ajudar a quebrar este estigma. Assim como tem o potencial de aumentá-lo. Você realmente acha que é melhor que pessoas que tem essa condição se escondam cada vez mais? Se isolem cada vez mais da sociedade? Como você, uma psicóloga, pode concordar com isso?
Falar em orientação, sem aspas e sem ironia e más intenções, não abre brecha nenhuma para a legalização. Você em nenhum momento proferiu uma palavra sequer que possa ser considerada um argumento a favor de sua teoria. Existem diversos processos na nossa sociedade antes que algo possa ser considerado uma lei. Me parece que você não possui conhecimento nenhuma sobre eles enquanto profere palavras que somente aumentam o ódio e o medo cego por uma condição.

Me explique como você, uma psicóloga, trata algo como um transtorno/doença e como um crime ao mesmo tempo? Se você acredita que a mera condição de sentir o desejo é um crime é tua obrigação denunciar tal pessoa. Caso essa pessoa fosse presa você não estaria mais tratando dela. Lógico não? Agora, o problema é que se você denunciar um paciente teu somente pela sua atração sexual a policia não poderia fazer nada. Porque não existe nenhuma crime no Código Penal Brasileiro que diga que uma atração por crianças é crime. Logo, o teu paciente, que não seria mais teu paciente após você denunciar ele, poderia ainda te processar por difamação e danos morais.

Agora, a única parte deste teu último parágrafo que realmente importa é a última frase. 'se transformado em ato, deve ser gravemente punido'. Nesta frase você demonstra um pouco de lucidez ao reconhecer que somente um ato é um crime e que uma atração não o é. Parabéns, ao final do teu artigo você finalmente fez sentido.


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